domingo, 14 de agosto de 2011

Culpa... pra que te quero?


Boa Noite!! Tenho pensado em algumas idéias para divulgar mais o blog, já fu em algumas escolas, tenho mandado emails, mais sinto que há muito mais a ser feito, por isso peço a ajuda de vocês, o que me sugerem para que possa divulgar este espaço, principalmente aqui na cidade, que é tão carente de um trabalho voltado para os pais?? Aguardo sugestões!!
O tema que eu escolhi hoje é bastante abrangente, se encaixaria em diversos posts, mais resolvi dar um espaço especial para ele, tenho notado pelo meu caminho no consultório e aqui no blog pelos emails que tenho recebido que a Culpa é uma das emoções mais paralisantes. Para os confusos, o sentimento de culpa é o sofrimento que se sente após um comportamento avaliado como não satisfatório, o fato é que, se esse sentimento servisse apenas para que repensássemos atitudes tudo estaria bem... mais a culpa geralmente é utilizada de forma negativa, re-afirmando nossas características desagradáveis (ou defeitos!), sendo assim ela não serve para nada, exceto para que pais e mães carreguem um peso maior do que o necessário!
Se todos pensassem assim: eu sou a melhor mãe que posso ser, mesmo estando cheinha de defeitos e qualidades, eu só quero o melhor para meu filho, eu tomo decisões baseadas no bem estar e no crescimento saudável deles, e não terei problemas em dizer não ás vezes, afinal, dizer não é também um ato de amor! Ahh isso seria um sonho!! Porque na realidade mesmo... pouquííííssimas mães acreditam nisso... Vou contar uma história de amor pra vocês agora... Uma história que conheci há poucos dias...
Conheci um garoto que vou chamar de campeão*, entre tantos comprometimentos de fala, motor e cognitivo ele tinha um olhar de vida, em poucos minutos a pessoa que o acompanhava, a mãe, me contou, como se estivesse adivinhando que eu adoraria ouvir aquela história, que quando soube que estava grávida simplesmente surtou, cometeu atrocidades, tomou remédios, se machucou, entre tantas outras que não vale a pena relatar... Mais ele nasceu, insistiu em ficar vivo e veio ao mundo, a princípio com toda aquela rejeição ele foi criado por uma avó, que cuidou, alimentou, etc... Só depois de alguns anos a mãe já amadurecida e um tanto machucada pelas decepções da vida voltou pra casa, voltou e se assustou com a criança debilitada que encontrou... um menino de aparência incomum e de habilidades limitadas, segundo ela após o choque a primeira sensação que teve foi a culpa, chorou, pediu perdão, se lamentou... mais nada poderia fazer para voltar atrás, nada "consertaria" aquela situação... então ela começou a fazer tudo pelo menino, confesso que o primeiro pensamento que eu tive foi que ela fez tudo aquilo para aplacar a culpa que sentia, mais quem sou eu pra julgar? como eu poderia me colocar no lugar dela? á medida que ela falava ia me dizendo mais ou menos assim: "eu errei, e continuo errando mais eu estou fazendo o meu melhor agora e quando a gente faz o melhor de coração não existem erros ..." Entre outras palavras ela me ensinava que se lamentar não ajudaria aquele garoto a se desenvolver, encaminhei os dois á Pestalozzi (Instituição que eu trabalho também), e estou aqui no aguardo de quem sabe poder trabalhar com meu amigo campeão! A culpa não ajudaria aquela mãe a enxergar novas possibilidades... Ela reconheceu a sua falha e estava correndo atrás do prejuízo.
Eu sempre digo as mamães e papais dos meus clientes que, não existem erros irreparáveis quando se tem amor... eu não estou dizendo que as situações não precisem ser analisadas e melhoradas... mais quando não se tem uma solução positiva naquele momento não se atormentem pela culpa, respeitem o melhor que estão podendo fazer... afinal, antes de serem pais, mães, tias, madrinhas, educadores todos somos seres humanos e vamos cometer deslizes ás vezes!
Quem nunca se achou a última mãe do mundo quando foi preciso dar um não? E a dica para esse momento é... Porque mesmo estão fazendo isso?? quando plantamos um pé de manga, por exemplo, ele vai nascer apenas pelo nosso desejo? ou vai nascer se a gente não cuidar, deixando no sol e na chuva ás vezes? ou se a gente colocar numa redoma protegido de todos? é claro que não!! O sol, a chuva, o vento... tudo é adubo para o desenvolvimento da plantinha! Tudo nessa nossa vida é um caminho... e para se andar num caminho é preciso dar um passo, parar ás vezes... voltar para refazer algum pedaço... mais é importante que tenha coração nesse caminho...
Hoje contei uma história de extremo... minha intenção foi de demonstrar que, se numa situação extrema podemos encontrar conforto, no dia a dia também podemos fazê-lo, é só treinar!!
E com vocês? como acontece? Como eu poderia ajudá-los? Aguardo recadinhos!!

Por hoje é só...
Nosso próximo tema é sobre adoção, existe alguma sugestão??

Bjos,
Rafaela Gonçalves
Psicóloga
CRP 15/2886



6 comentários:

  1. Rafinha, adorei o tema de hoje. Não me sinto nem um pouco culpada em dizer não, meu lado mãe-tigre é bem grande, mas morro de culpa quando me ausento, por causa do trabalho, ou quando, também por causa dele, perco a cabeça com as meninas. Mas eu tenho em mente que faço o melhor que eu posso, sempre.
    Bj

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  2. oi querida,é muito bom ler seu blog,vivo em conflito com minhas culpas as vezes acho que sou permissiva demais , meus filhos vivem brigando, e o mais velho, é muito mau humorado não dá valor a nada,isto me causa muito sofrimento....bjos

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  3. Rafa, gostei da idéia do tema "adoção". Acho que há muitos aspectos para se tratar dentro dele: primeiramente a questão da verdade e do "como" contar... A adoção por casais homoafetivos, que hoje é uma realidade cada vez mais comum, a adoção de uma criança de raça diferente dos pais/mães adotivos e as possíveis discriminações que podem acontecer nessas situações...

    bjos!

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  4. Oi, Rafaela, gostei muito do post. Como sugestão de divulgação do blog, penso que você poderia contatar pequenos jornais (de bairro, de igrejas, de clubes etc) e solicitar que informassem o endereço e a finalidade do mesmo (talvez até façam uma reportagem!). Bjs, Lis.
    lis.sand78@gmail.com

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  5. Obrigada pelo carinho de sempre nos comentários!! Vocês são uns amores com esse cantinho!! =**

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  6. Olá Rafaela!!! Vim retribuir a visita...

    Que boa iniciativa a sua! Parabéns pelo blog! continue desse jeito mesmo a sua divulgação....

    Estou por aqui também te seguindo.

    Enorme abraço!

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